quarta-feira, março 27, 2013

Investimentos em educação


Fala-se tanto do digital na escola, da Khan Academy, da inclusão social, da conectividade, das Apps, da Coreia, das redes sociais fechadas, dos tablets, da pedagogia, dos professores e alunos, do PISA e tudo o resto.

Fala-se muito e faz-se pouco, verdade? Será que um determina o outro? Creio que sim.
Falar muitas vezes obstrui o fazer. Discutir, ponderar, predicar, avaliar, especular, refletir, experimentar, analisar e ponderar em geral, são bons verbos para o senso comum, caros para a democracia e para a ciência e viciantes no mundo académico, mas talvez agora nos estejam confundindo.

O Facebook discutiu pouco e impôs-se muito. Esse é o investimento digital. Agora que o Facebook tem mil milhões de utilizadores, começou o debate social sobre o Facebook. Mas antes do debate veio uma ação arrasadora, a que podemos chamar também o tsunami digital. O mesmo se passou com o Google, a Amazon, o Wikileaks, o Firefox, a Wikipedia e o Mercado Livre: antes de discutir o sentido e o valor de cada uma das práticas sociais essenciais que cada um define, eles adiantaram-se, impuseram e capturaram essa «necessidade social oculta» que exploraram a nível planetário e em valores inéditos.
E agora discutimo-los, e eles também se discutem a si próprios. Mas dizer «agora» é o mesmo que dizer «depois». Não presenciei nem soube de nenhum debate prévio sobre se a Wikipedia é boa ou má para a sociedade do séc. XXI. Boa, normal ou má, é agora, sobre fatos consumados que discutimos a Wikipedia, que a ponderamos.

O sistema educativo faz o contrário, ou seja, não faz. Tanto faz como não faz. E começa por discutir e debater. E arrisca-se assim a cair no indizível sem se dar conta. Debate a toda a hora o que se passaria se fizesse… atrás de portas fechas, endogenamente.
O tsunami digital já aí está, até já passou, e deixou-nos o que deixou. Mas os professores ainda discutem se haverá um tsunami, e sobretudo, se será útil, conveniente, necessário, potenciador, adequado, pertinente, eficiente e integrado nos modelos pedagógicos, institucionais e operacionais dos sistemas educativos imperantes. Como se fossem essas as ordens; como se tivéssemos essa possibilidade. Temos um atraso concetual inédito.

Esquecemo-nos dos investimentos. Esquecemo-nos de que as coisas não são assim. Temos de nos salvar!

Porque a densa atmosfera digital que nos envolve, que traz o que é bom e o que é mau e que nos redefine, pressiona cada vez mais os vidros das janelas do sistema educativo. Já tocou educadamente à porta mil e uma vezes e não a abrimos. Queiramos ou não, o vírus digital tomou-nos os recreios, os balneários, os parques, as casas, as ruas, o espaço sob as mesas, as saias e as últimas filas da sala. No entanto, continuamos a ver quando, como, em que proporção, em que momento, sob que administração e com que software, etc…

Ou nos instruímos ou seremos arrasados, se ainda não tivermos sido. Manipulamos falsas opções; ponderamos cenários caídos.

Em definitivo, o debate digital na educação não é se nos digitalizamos ou não, é como e em que sentido o fazemos, mas sobre essa vaga. A escola, que todos querem regular, não regula estas vagas; a escola,  em todo o caso, tem a oportunidade de dirigir a sua prancha de surf. A escola, que não sabe deixar-se levar, de trabalhar com a força alheia, tem de aprender a toda a velocidade; redefinir-se, digamos. Convém recordar que a escola é uma instituição humana, não uma instância divina. Não estamos a discutir se há ou haverá vagas digitais, mas sim como surfá-las. É outro debate. Devemos inverter a nossa posição e recolocar as nossas expetativas. Porque se não discutirmos como surfá-las, e sobretudo se não aprendermos a surfar, as mesmas vagas digitais que poderiam impulsionar-nos passarão por cima de nós e poderão chegar às instituições.

A escola tem de entender que, desta vez, não controla nem manda. Isso é bom para o sistema educativo? Não sei, mas é. E assumir que é, dá-nos a possibilidade de tirarmos partido disso, professores e educadores. O Twitter, por exemplo, que transborda de estupidezes, serviu também para derrotar o ditador.

A escola não sabe como gerir o que não controla e assusta-se. Ela até acredita, por vezes, que tem a obrigação de controlar. Mas nos ambientes digitais já não controla a interação social, não controla nem monopoliza o saber, não maximiza a frente, não verticaliza os processos políticos da aula e da instituição, não sabe tudo o que se passa, não orienta e não acaba nos seus muros, nas suas salas e nos seus zeladores. E quando a escola não controla, não se reconhece; e quando não se reconhece perde a identidade.
Estamos perante um fenómeno liminar. A escola não escolarizará o digital nem o digital cederá. O duelo é mais profundo e os prognósticos não referem quem vencerá, nem como será o novo modelo. Inversões profundas, como se vê; apelo firme à nossa capacidade de reposição intelectual.

Eu sou otimista. Sou, porque estou convencido de que a escola que defendemos já tem poucas fortalezas (o PISA apoia-me, inclusivamente) e também porque o que aí vem traz coisas que me interessam muitíssimo para a sala de aula e para as nossas crianças. Por exemplo, essa interação compulsiva entre os utilizadores do meio 2.0; e como isso impulsiona a produção, a coprodução, a colaboração e tudo o resto; como tudo encarna e se adapta a cada um. Aprendizagem significativa, era o que lhe chamávamos.

Escolhi o título INVESTIMENTOS NA EDUCAÇÃO de forma completamente deliberada, para ser lido assim. Mas defraudei, enganei, traí; usei as expectativas mais comuns para introduzir a minha mensagem. Não falei de dinheiro, nem de taxas, nem de PIBs, e levei a água ao meu moinho. As minhas desculpas, mas em tempos de turbulência e urgência, precisamos destes truques e provocações. Se não…

«Era de inversões», seria do que eu queria falar: inversão da ordem de processos e debates, colocando o digital à frente, como dado adquirido, para então surfarmos a vaga, definindo, com arte, elegância e harmonia, ainda que com risco, como a surfamos e em que sentido. Não é uma má proposta, pois não? É positiva perante tudo o que carregamos há tanto tempo nesse tema da educação e tecnologia.


Pablo Doberti @dobertipablo

Diretor Global da UNO Internacional

Mais informações em:
http://toyoutome.es/pt/blog/inversiones-en-educacion/19441

Retirado de http://formacao.santillana.pt/index.php?q=C/NEWSSHOW/2179

segunda-feira, março 04, 2013

Microsoft Matemática


Ciclo de Formação Online 2013
É já no próximo dia 4 de março, entre as 18h00 e as 19h00, que terá lugar mais uma sessão online do Ciclo de Formação Windows in the Classroom, dedicada ao tema Microsoft Matemática.
Microsoft Matemática, Microsoft Mathematics Add-in para o Word e OneNote e Math Worksheet Generator são as três ferramentas que a Microsoft disponibiliza gratuitamente para o ensino da Matemática e de outras Ciências cujas principais funcionalidades serão exploradas nesta sessão.
Para começar a explorar estas ferramentas deverá instalar previamente a Learning Suite da Microsoft, acedendo à área Ferramentas Gratuitas do PiL Network. Em alternativa, clique em cada um dos links:
· Microsoft Matemática – instalar aqui
· Math Worksheet Generator – instalar aqui
· Suplemento Microsoft Mathematics para Word e OneNote – instalar aqui

domingo, março 03, 2013

Kodu


Ciclo de Formação Online 2013
No passado dia 28 de fevereiro, entre as 18h00 e as 19h00, houve lugar a mais uma sessão online do Ciclo de Formação Windows in the Classroom, dedicada ao tema A utilização educativa do Kodu.
O Kodu é uma linguagem de programação visual para criação de jogos, desenhado especificamente para crianças.
Para começar a explorar esta ferramenta deverá instalar previamente a Learning Suite da Microsoft, acedendo à área Ferramentas Gratuitas do PiL Network. Uma vez instalada, basta escolher os programas que pretende instalar para estarem ativos no seu computador através da Learning Suite.
Se tiver dificuldades, poderá aceder à página do Kodu.